segunda-feira, 2 de março de 2009
Rebelião x Revolução
Por Pr. Marcelo Martin e Juliane Oki Carraro
A maneira pela qual eu entendo o cristianismo determina a maneira que eu me relaciono com Deus. Assim, podemos classificar duas formas de se pensar o cristianismo: como um sistema religioso monoteísta ou um estilo de vida.
Um sistema religioso, a rigor, é supostamente organizado com hierarquias, regras de comportamentos e ritos. As pessoas que estão inseridas neste sistema estabelecem um horário e local determinado para cultuarem a Deus; criam padrões de vestimentas e até mesmo um vocabulário próprio para se relacionarem com aqueles que comungam a mesma crença. Para estes indivíduos, o sistema religioso é apenas mais um dentre os vários outros que participam como o profissional, educacional, familiar, social. Este sistema revela o reino dos homens, uma vez que há grande disputa por poder.
Um estilo de vida, por sua vez, não é limitado por tempo e espaço; está presente em todas as áreas da vida dos seres humanos, pois diz respeito a sua identidade e ao propósito de vida durante a sua passagem na Terra.
A palavra cristianismo tem o seu radical na palavra cristão, que por sua vez surgiu para identificar aqueles que seguiam os passos de Jesus. Significa, portanto, pequenos cristos ou cristos em miniatura. Ou seja, de acordo com a essência da palavra, ser cristão vai além dos limites culto-clero-domingo-templo. Diz respeito a revelarmos Jesus Cristo para todo homem e estabelecer o Reino de Deus nesta Terra.
Apesar de possuírem diferentes formas de pensar o cristianismo, estas pessoas conseguem conviver em um mesmo lugar, em uma mesma igreja, participando das mesmas atividades, dos mesmos grupos de estudo bíblico, entre outros pois é fato que a igreja como estrutura organizacional exista. Contudo, quando estes cristãos são confrontados pela própria estrutura organizacional, estes revelam qual é a sua maneira de pensar o cristianismo.
Os que pensam como um sistema religioso se rebelam contra a esta igreja estrutural, adicionando a culpa a Deus por colocar homens os quais julgam como incapacitados a exercer o ministério; se escandalizam quando suas doutrinas não são obedecidas e criticam a liturgia do culto.
Já os que pensam cristianismo como estilo de vida, ao se depararem com a crise do sistema organizacional da igreja, buscam a revolução que reavivará nos cristãos a chama do primeiro amor. Não apregoam culpa a ninguém pois entendem que os homens, mesmo que dirigentes da igreja, são pecadores redimidos pelo sangue de Jesus, como todos os outros cristãos. Esta revolução pela qual lutam é uma revolução interna, que acontecem primeiramente na mente e no coração, como descrito em Romanos 12:2: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Esta revolução produzirá nos cristãos o caráter de Cristo e os impulsionará a viverem a manifestação dos filhos de Deus aqui nesta Terra.
Portando, cabe a nós escolhermos, de acordo com as nossas perspectivas de enxergar e viver o cristianismo, se diante de um confronto, optaremos pela rebelião ou pela revolução, a Revolução do Coração.
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Um comentário:
é realmente isso mesmo, o problema muitas vezes é que somos integrados a igreja como membros de uma sociedade evangélica, aonde o amor é o que menos conta, e o que vale é a presença em todo o culto.
pra exister sinceridade nisso tudo é preciso ter o coração revolucionado, porque assim você não vai a igreja por costume, não segue a Deus por pertencer a aquele grupo de pessoas, mas sim porque você ama a Cristo e quer viver uma vida para honra e glória dEle :)
Muito bom o texto!
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